*Colunista Alisson
A minha última leitura de 2022 é o meu mais novo livro favorito!
Estava no shopping de Cuiabá e, despropositadamente, entrei em uma livraria pra ver os últimos lançamentos. Em uma sessão distante das gôndolas de destaque, encontrei A Gangue dos Sonhos, que de cara me chamou a atenção pelo curioso título.
Assim como outras resenhas que li por aqui, as pessoas leram sem expectativas e foram surpreendidas. Me permiti ser surpreendido também e o resultado foi incrível! Há muito tempo que eu não lia um livro tão envolvente.
Nas minhas últimas leituras, sempre me encantei por figuras femininas. Em A Gangue dos Sonhos, o personagem principal (Christmas) se tornou um dos meus personagens literários favorito. A sua força e a sua fraqueza são bem exploradas, passei a sonhar pelos sonhos dele, e a sofrer quando ele simplesmente não conseguia. Por ser um “guappo”, por ser pobre, por ser um imigrante, por filho de uma prostituta. Mas Christmas é muito bom em “contar lorotas” e é dessa forma que ele se torna líder de uma “gangue do bem”, a Diamond Dogs!
Em um plano secundário, também é possível acompanhar a história da Cetta, mãe italiana de Christmas, de Ruth, a adolescente que sofre um grande golpe e por quem Christmas se apaixona, a Bill, o principal antagonista, entre outros personagens.. alguns na qual só aparecerão na segunda parte, pós-adolescência de Christmas.
Sobretudo, o livro é intenso em muitos sentidos. Me fez rir e chorar em intervalo de poucas páginas. E é fluído. Foram quase 600 páginas que li em uma semana, rodeados às festividades de natal. Destaque para os capítulos 63 e 64, que foram os mais arrebatadores de todos, tanto para o bem quanto para o mal. A Gangue dos Sonhos é doído, sofrido, mas também é engraçado. Tem muito humor e um bocado de palavrões.
“Christmas deu um passo à frente, incerto, destacando-se da multidão, quando já era tarde, quando não podiam mais dizer nada um ao outro. Mas os olhos dos dois estavam enlaçados. E naqueles olhares turvados pelas lágrimas houve mais palavras do que conseguiriam dizer, mais verdades do que conseguiriam admitir, mais amor do que conseguiriam demonstrar. E havia mais dor do que seriam capazes de suportar.” (cap. 32).
Boa leitura!
*Coluna Bookaholic