Muito se tem ouvido falar sobre este tema nos últimos anos, principalmente nas mídias sociais mais conhecidas como o Instagram e facebook. Mas o que é educação financeira? Entre tantas formas de entendimento, pode-se dizer que é o processo de conhecimento, habilidades e atitudes que dê suporte para tomada de decisão relativa aos recursos financeiros próprios e/ou familiares (CVM, 2020).
Abrange conhecimento sobre planejamento financeiro / orçamento familiar, investimentos, planejamento para aposentadoria e projetos futuros como casamento, educação dos filhos, temporada fora do País e gestão de dívidas. Com um olhar atento para esse último, que ganha destaque por sua recorrência.
Na primeira banca de TC deste semestre, tive a honra de participar da banca do acadêmico Erick Eduardo Pereira de Souza orientando do Prof. Dr. Rodrigo Milano de Lucena, sob o tema: Uma análise do endividamento das famílias brasileiras. Seu foco foi durante a pandemia, entretanto os dados pós pandemia só cresceram. Um dos apontamentos da sua pesquisa foi a mudança do perfil de endividamento dos brasileiros, saindo de dívidas de financiamentos de casas e veículos, para dívidas de consumo no cartão de crédito. Observando que endividado é todo aquele que contraí qualquer tipo de dívida e não somente aqueles que estão em atraso. Mais um fator que muito chama atenção e está completamente atrelado a educação financeira, pois as dívidas de consumo no cartão de crédito estão corroendo a renda das pessoas que optam pelo pagamento do mínimo no cartão. Essa alternativa traz juros que podem ultrapassar 300% ao ano. Sabe aquela expressão: “o rico fica cada vez mais rico e o pobre cada vez mais pobre”, vem de alternativas como essa.
Isso mostra a real necessidade da educação financeira na vida das pessoas, trata-se também de qualidade de vida. Para que isso ocorra, muitas questões precisam ser revistas, projetos implantados e até quebrar paradigmas. “Gastar menos do que se ganha” é regra para realização e implantação da educação financeira. A pergunta, e muitas vezes a desculpa para muitos, é: Como fazer isso quando se tem salários baixos? Então, é a quebra do paradigma, não importa quanto se ganha, não se pode gastar a mais. Claro que há exceções! Pode acontecer eventos de “força maior”, entretanto são exceções e não regras. Aqui está uma grande resistência por parte de muitos, agarram-se no valor da renda afirmando ser inferior ao necessário para viver. Polêmica à vista – se a renda não for suficiente, é precisa buscar outras alternativas de complemento e não se endividar, pagando o mínimo do cartão para manter alguns hábitos de consumo que são, na maioria das vezes, incompatíveis com a renda familiar.
Polêmico, né? Sim, desafiador! Demanda envolvimento de toda sociedade, do governo, Instituições financeiras, mas sobretudo a sua, que precisa dar o primeiro passo, caso até o momento ainda não o tenha feito. Nunca é tarde para começar e não há situação que não possa ser revertida.