O que aprendemos com o Oscar 2023?

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*Colunista Clayton

O Oscar 2023 deixou uma certeza: a academia abriu as portas para o mundo e encontrou um caminho a seguir. Percebendo a bolha cada vez mais restrita em que estava se enclausurando, o Oscar já a alguns anos vem tomando algumas medidas para aumentar sua popularidade nos Estados Unidos e no mundo todo.

Algumas funcionaram e outras foram um desastre total. Como por exemplo, entregar prêmios técnicos em off, antes da cerimônia ser transmitida e esses momentos surgirem como flashs rápidos durante a premiação. O público, a crítica e os profissionais odiaram e o Oscar então volta atras. Improvisos? Provocações e Liberdade exageradas aos convidados? Não deu nada certo como vimos recentemente no Oscar 2022, o Oscar do tapa.

Mas, medidas precisavam ser tomadas. Os números de audiência despencam a cada ano, reflexo do desinteresse do grande público pelo prêmio que vem se desgastando e não se reinventou. Abrem-se então as fronteiras do Oscar e os critérios para a indicação passam a ser mais abrangentes. Ou você acha que aquela academia conservadora e orgulhosa dos anos 90 gostaria de ter filmes de herói e cinema asiático subindo ao palco para ser premiado? Ou uma produção alemã de filme de guerra para americano aplaudir? Mas, isso está acontecendo e que bom que é assim.

O mundo muda e evolui constantemente e a ficha parece que finalmente caiu e a academia entendeu que para o Oscar continuar sendo interessante teria que acompanhar essas tendências. Entre erros e acertos nos últimos anos, em 2023 tivemos o mais próximo de uma cerimônia acertada…

Apresentações lindas, uma produção de encher os olhos e o uso de tecnologias de telas de led, luzes e som para uma imersão digna de uma grande produção hollywoodiana.

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Quanto aos vencedores, destaque para Tudo em Todo Lugar ao mesmo tempo que trouxe um dinamismo típico de um filme de ação asiático com uma montagem frenética e um non sense e absurdismo servindo a narrativa e agradando bastante a academia. Sem contar as performances do elenco que rendeu uma supremacia absoluta que resultaram em 3 estatuetas das 4 possíveis em atuação.

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Além dos prêmios de direção, roteiro original e montagem, ou seja, o filme foi técnica e artisticamente o preferido dos votantes e o grande vencedor daquela noite.

Outro destaque positivo da noite foi o alemão Nada de novo no front, um filme de guerra com uma proposta diferente, um relato mais humano e com uma visão derrotista da Alemanha na primeira guerra mundial. O longa mesmo com o baixo orçamento comparado aos grandes filmes de guerra da história, consegue entregar um apuro técnico digno das premiações que recebeu: design de produção, fotografia e trilha sonora, além de melhor filme internacional.

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Ao final, as expectativas dos termômetros das últimas semanas acabaram se cumprindo, deixando a surpresa da noite na apresentação surpreendentemente minimalista e até muito simples de Lady Gaga, e foi lindo diga-se de passagem. Em uma noite de glamour, brilho e pompa, a atriz e cantora, de calça jeans e camiseta, entregou uma performance emocionante da música Hold My Hand do filme Top gun maverick.

O Oscar 2023 não teve tapa, não teve tombo, não teve erro de anúncio e não teve selfie de milhões. Mas, tivemos finalmente uma cerimônia sóbria, divertida e agradável de se assistir e com o protagonismo devido aos principais astros da noite, os artistas e profissionais da sétima arte. Exatamente como deve ser.

*Coluna Multiverso Pop

Clayton

Clayton

Publicitário, colecionador de Quadrinhos, cinéfilo e apaixonado por cultura nerd, pop e geek.

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